Ata No
- 5
Na noite do
dia 2 de dezembro de 2012 participaram da Assembleia Geral Ordinária: Iandra
Cattani, autora e dançarina, Alessandro Rivelino, autor e dançarino, Augusto
Quenard, escrivão. A primeira chamada para votação teria início às 20 horas ou
com a participação de mais do 50% do coletivo, a segunda, às 20h10. Chegada a
hora limite da segunda chamada os dois únicos participantes, a saber: Iandra Cattani
e Alessandro Volta, votaram o item da pauta: a favor ou contra a realização da
Assembleia. Votaram a favor. Começaram a Assembleia. Em virtude de não haver
ninguém além deles, decidiram cozinhar. Às 20h31 agregou-se ao grupo Quenard, o
escrivão. Foram discutidos os pontos arrolados abaixo:
1) Debateu-se a respeito da
matéria do espetáculo. O participante Quenard questionou a pertinência de um
escrivão no projeto e quis saber qual seria o assunto, o enredo e as
personagens do espetáculo. Rivelinho respondeu que o assunto era o amor e que
ainda não havia personagens construídas nem muito menos enredo. Quenard não
entendeu, mas esboçou um gesto de compreensão e disse “claro, claro”. Rivelito
insistiu em que estava em construção e que era um projeto de criação que tinha
como uma das diretrizes dar liberdade aos artistas participantes. Cattani, ao
ver que Rivelini não sabia bem o que dizer, ofereceu suco de mirtilo a Quenard.
Não houve votação.
2) Discutiu-se a porcentagem
de honorários determinada para cada participante. Decidiu-se, por unanimidade,
que, como escrivão, mais do que não ganhar, Quenard já saía devendo.
Estipulou-se a dívida no valor das despesas relativas à realização da
Assembléia. Todos votaram a favor.
3) Refletiu-se sobre a
ausência do coletivo na Assembléia. Propuseram-se algumas hipóteses: a) as
condições climáticas; b) o desgaste emocional causado pelo encontro desportivo
entre os times de futebol Grêmio e Internacional; c) a preguiça domingueira; d)
o difícil acesso à locação do encontro. Houve dois votos para o item “c” e dois
para o “d”. Em vista da fraude na votação, repetiu-se o processo. Todos votaram
no item “a”.
4) Comentou-se a possibilidade
de chamar uma pizza. Houve três omissões.
5) Comentou-se a chance de
haver elementos do espetáculo JokerPsique no novo espetáculo em questão.
Rimelino alegou ter padecido de desorientação e leve transtorno esquizofrênico
durante a fase final da produção do espetáculo anterior, em virtude do
estresse. Disse que escutava principalmente a voz de uma mulher que lhe dava
ordens. Cattani sugeriu a hipótese de ter sido a sua própria voz enquanto
estavam em casa. Todos votaram a favor.
6) Rivelllino diletou sobre a
obra de Wolfgang Iser e sua Teoria do Efeito Estético. Ao ouvir o nome da
teoria, Cattani pediu um intervalo de cinco minutos. Ao voltar estava melhor
penteada e havia colocado broches na sua blusa. Rivellino explicou-lhe que se
tratava do efeito estético literário e não do visual. Cattani sentiu-se
aliviada. Quenard quis entender melhor de que se tratava a tal da teoria e se
não estava relacionada ao período de desequilíbrio de Rivelllino. O mesmo falou
sobre expectativas, frustrações, experiências e Estética da Recepção. Ao que
Cattani teve o impulso de levantar-se para organizar melhor o vestíbulo do
apartamento, mas viu-se desmotivada pelo olhar de Rivelino, que lhe garantia
que ainda se tratava da recepção literária. Todos votaram a favor de abandonar
o assunto.
7) Discutiu-se a possibilidade
de pedir pizza. Todos votaram contra.
8) Observou-se um vestido
flutuando numa das habitações do vizinho do outro lado da rua. Cattani e
Richelino sagazmente entenderam que se tratava de um vestido secando. Quenard
sugeriu a hipótese de alguém enforcado. Todos votaram a favor de mudar de
assunto.
9) Comentou-se o árduo
trabalho necessário para organizar os documentos necessários para a execução de
um projeto artístico. O Alberto disse que ele fazia tudo ilegalmente e que
estava “nem aí pra porra nenhuma”. Cattani e Rivellino falaram de suas
experiências e de como era brochante quando chegava a hora de solicitar
documentos da equipe, organizar tudo, observar os prazos, etc. O Alberto disse
“Rivelina, para de ser fresco e vai trabalhar”. Quenard interferiu dizendo que
talvez ele pudesse gostar de produzir outros espetáculos ficando encarregado só
de uma parte, e não de toda a organização, e que não desistisse de ter um CNPJ.
Houve duas omissões e um voto a favor do Alberto.
10) Observou-se que Cattani se
assemelha a uma produtora, e que organiza tudo à perfeição. Inclusive as roupas
que Rivelito deixa jogadas no banheiro. Só Cattani votou, a favor.
11) Decidiu-se que, devido à
ignorância e apatia do escrivão, lhe enviariam materiais para ele se inspirar e
escrever alguma coisa que prestasse. Cinco votos a favor.
12) Os assuntos que motivaram
o espetáculo levaram a conversa outra vez para a trama e as personagens.
Rivellina sugeriu que gostariam de explorar o debate do trânsito entre gêneros.
Quenard entendeu que se tratava de gêneros textuais. Explicaram a ele que se
referiam a gêneros identitários. Ele lembrou que o assunto era o amor e
entendeu que amor mais esculhambação de gêneros, mais liberdade criativa só
podia acabar em uma suruba pansexual. Escondeu sua fobia elogiando o sabor do
pepino em conserva que serviram como aperitivo. Todos votaram a favor.
13) Quenard quis saber a data
em que se daria início ao projeto. Explicaram a ele que o projeto já estava em
andamento.
Nada mais
havendo a tratar, foi lavrada por mim, Augusto Quenard, a presente ata,
assinada por todos os presentes acima nominados e referenciados. Em porto
Alegre, aos 2 dias de 2012.
Ass. Augusto
Quenard
Ass. Iandra
Cattani
Ass.
Alessandro R.
Ass. Alberto